segunda-feira, outubro 28

MiNHa ViDa

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Meus pais sempre me levaram à igreja, desde pequenininha. Igreja presbiteriana. Íamos duas vezes aos domingos, todos os domingos. Escola Dominical, pela manhã, e Culto à noite. Eu era uma menininha sabida e aprendia todas as historinhas que ensinavam na escola dominical. Decorava o nome dos filhos de Jacó e a história dos juízes e profetas. Sabia até daqueles personagens menos conhecidos. Decorava os versículos e ganhava nos joguinhos bíblicos que tinha. Pequenininha eu ia pra a igreja do cais josé mariano, mas eu não lembro de nada lá... aí depois fui pra a da Madalena e eu detestava. Eu não tinha amigos lá. Meus amigos eram todos da escola, que também era protestante, presbiteriana. Até que os diretores da escola fundaram uma igreja em Pierade. A Memorial. Aí nós passamos a ir pra lá. Meus pais ajudaram a fundar. Meu pai era presbítero e minha mãe trabalhava no depto. infantil. Depois deram aula pra adultos, fizeram de tudo um pouco. Lá eu tinha coleguinhas, os mesmo da escola, e continuava aprendendo mais e mais historinhas, cantava no coral das crianças e fazia alguns solos. Eu queria agradar a Deus e por isso aprendia direitinho as coisas que ele queria que eu soubesse, não falava palavrão e não assistia alguns programas na TV pq minha mãe não deixava. Só ouvia musicas evangélicas quando pequena. Por isso não sei as músicas do balão mágico. Minha mãe batia em mim e na minha irmã algumas fezes, quando faziamos coisas erradas. Ela batia com a mão, com chinela ou com cinto. A igreja orientava que isso fosse feito. "A vara da disciplina". Mas eu realmente me importava em ser uma boa menina e agradar a Deus, e achava que faria isso servindo a ele, ou seja, trabalhando pela fé e pela igreja, conseguindo mais pessoas pra Jesus, falando de Jesus, dando testemunho, ou seja, não falando palavrão, não dançando músicas feias e não indo pra lugares impuros etc. Então criei com outros amigos a LPJ- Liga presbiteriana juvenil. Porque nós de 11, 12 anos, nao queriamos ser do depto. infantil e nem eramos velhos o bastante pra entrar na UPA- União Presbiteriana de Adolescentes. Aí realizamos muitas coisas e aprendemos como funcionam as coisas na igreja presbiteriana. Quando entrei na UPA, me interessei ainda mais por esses assuntos institucionais. Discutiamos muito sobre o que pode e o que não pode... falávamos de dízimo, jejum, namoro misto etc. Eu cheguei a dirigir, junto com Marcela, o Intervalo Bíblico no Contato - uma vez por semana nos reuníamos numa sala, na hora do recreio, pra falar da bíblia às pessoas. Então minha mãe entrou no seminário batista... foi estudar a bíblia mais profundamente motivada por sua busca questionadora. As pessoas não gostavam disso e ela não pode estudar no seminário presbiteriano. Graças a Deus. Ela foi estudar no seminário batista e as pessoas gostaram menos ainda. Eu não me ligava muito... Aí ela começou a falar umas coisas estranhas pra mim. Me lembro muito bem de uma crise torrencial de choro que tive quando ouvi dela que o apocalipse pode ser todo dia... que a bíblia precisa ser interpretada e existem váaarias interpretações pra a mesma coisa então o apocalipse não tinha que ser do jeito que diziam que seria lá na igreja.

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