quinta-feira, dezembro 11

Kaká Werá Jecupé

Me apaixonei... profundamente. Vi em palestra aquele homem de branco, cabelo escorrido de cuia... colares... Do jeito que se imagina que um índio seja. Não me surpreendeu tanto, apesar de dizer algumas coisas interessantes que eu quis anotar... Mas também, cheguei bem atrasada e não estava nada bem naquele dia. Mas ao final da palestra, achei por bem comprar um dos 2 livros dele que estavam sendo vendidos, afinal, não teria outras oportunidades já que eles ainda não estão sendo vendidos em livrarias. Comprei o seguinte: A terra dos mil povos - História indígena do Brasil contada por um índio.

Sem grandes expectativas, quase uma semana depois, resolvi abrir o livro e começar a ler.... Foi aí que me apaixonei. Profundamente. Meu coração se enxia de alegria a de quem mata a sede. E eu não conseguia parar de ler. Alegra mesmo meu coração ler alguém que vê, exerga, fala, sente, vive coisas assim:
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"Meus pés percorreram serras, montanhas, florestas e rios que geraram os nossos antepassados. Meus olhos percorreram olhos de parentes desamparados de sua história devido à morte ou silêncio dos nossos velhos. Apalpei a terra estéril e a árvore seca pela raiz fraca em um poente que cobria a vida com um tom pálido. Era a alma do mundo dizendo que um ciclo havia terminado e naquele instante, da soma das sabedorias das antigas tribos que o poente insistia em iluminar, mesmo que palidamente, uma tribo amanheceria como Sol. Para isso, as raízes teriam que ser resgatadas, a terra precisaria ser recuperada e revitalizada. Foi assim que um menino buscou um guerreiro que buscou um clã que buscou o coração. E todos começaram a trabalhar em um empreendimento: trazer a milenar sabedoria para as novas gerações, trazer de volta a ciência sagrada enquanto essência, para que seu aroma ampare e permeie como bálsamo os corações e as mentes das futuras gerações."

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