quinta-feira, julho 3

Ela então serenamente perguntou: Posso te dar um beijo?
Ele ficou atordoado, balbuciou qualquer coisa que nem queria mesmo dizer... Queria apenas ficar lá, enquanto a respiração dela ia chegando cada vez mais perto de sua pele.
Ela se aproximou lentamente.... o suficiente para fazer o desejo dele crescer até quase o insuportável. Seus lábios ardiam e ela podia sentir todo o seu rosto queimar. Dentro dessa eternidade, infinitas sensações... até que seus lábios finalmente... ela recuou um pouco ao menor toque. Voltou rápido. Ele ainda não se mexia. Só ela brincava.
Pressionava seus lábios contra os dele, mordiscava, sorria, umedecia os lábios dele, secos e quentes.
O corpo dele inteiro relaxou e sua boca se entreabriu, dando espaço para que ela entrasse. Não demorou mais nada para que ele também a beijasse, e isso aconteceu um segundo depois de ele se dar conta que esperara por aquele momento sua vida inteira.

Quanto tempo durou, ninguém nunca saberia, porque eles tinham certeza que os relógios daqui não mediriam o tempo adequadamente.

Ele disse a ela então o que tinha sentido.

-Esperei por isso a minha vida inteira.

-É só um beijo, lindinho! - sorriu - Só um beijo. Um Sábio me disse que beijar é dividir sua alma com alguém.

Ele entendeu.


*Em muitas tradições, a boca representa a passagem da alma, para entrar no corpo, ou dele sair...

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