sexta-feira, junho 9

gelo


vi o cadáver.
ele andava de branco e enviava mensagens do além ao meu celular.

o gelo do corpo se espalhou por mim.
apesar de eu insistir: não fui eu quem morreu dessa vez,

não existe corpo, nem suor, nem sexo.
não há homens nem mulheres. não há sangue.

apenas as coisas permanecem, insípidas,
numa mononia azul.


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